Nesta edição da Revista Vértice Técnica, você vai ler sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) da Engenharia, atualizadas em 2019 pela Resolução CNE/CES 2, que procuram responder a diversos desafios e questões na formação em Engenharia, como o volume de vagas não ocupadas, a evasão e o desempenho dos estudantes.
Para falar sobre a interface entre as novas DCNs, convidamos três especialistas que compartilham aqui suas opiniões e contribuem para esse debate: Adriana Maria Tonini, Vanderli Fava de Oliveira e Jorge Luiz Bitencourt da Rocha
A Revista traz ainda uma entrevista com Luiz Roberto Liza Curi, presidente do Conselho Nacional de Educação, que traz algumas questões sobre os desafios e oportunidades impostos pelas novas DCNs.
A parte central da Revista é composta por oito artigos que tratam de experiências de Instituições de Ensino Superior na implantação das novas DCNs.
Boa leitura!
Ana Liddy Cenni de Castro Magalhães
Cícero Murta Diniz Starling
Realizar uma reforma curricular em um curso de graduação em uma instituição pública é uma tarefa complexa e morosa. Realizar a reforma conjunta de todos os cursos de uma Unidade Acadêmica é um desafio ainda maior. Este artigo relata o trabalho conjunto desenvolvido e a experiência adquirida com a reforma curricular dos cursos de graduação da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (EE-UFMG), sistematizada pelo Conselho de Coordenadores de Cursos de Graduação, visando atender às Diretrizes Curriculares Nacionais de Engenharia, às Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira e às demais leis e normativas aplicáveis.
O uso da metodologia WLC (Working Life Connected) em uma disciplina de EaD
Bruno de Oliveira Monteiro
Guilherme Augusto Barucke Marcondes
Neste trabalho é apresentada sucintamente uma metodologia utilizada por uma universidade na Finlândia, chamada de Working Life Connected (WLC) que será implantada no Instituto Nacional de Telecomunicações (INATEL) com apoio do projeto HEIComp, e como foi adaptada em uma das disciplinas EaD do INATEL, para atender as reformulações discutidas nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).
Diretrizes curriculares para engenharia: oportunidades e desafios
Ronei Ximenes Martins
Francine de Paulo Martins Lima
Este ensaio objetiva apresentar reflexões sobre a implantação das Diretrizes Curriculares Nacionais para Engenharia (DCN CNE 2/2019). Enfatizaremos perspectivas conceituais e práticas para os novos currículos que podem emergir da aplicação das diretrizes e apresentaremos ações desenvolvidas em uma universidade pública mineira, com ênfase em bacharelados interdisciplinares, que podem se constituir como exemplificação de como preparar os cursos e a comunidade acadêmica para a implementação efetiva do que é preconizado para a formação de engenheiros.
Desafios da Implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Engenharia no Brasil
Tatiana Barreto dos Santos
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a Engenharia no Brasil são instrumentos estabelecidos pelo Ministério da Educação (MEC) em 2019, que definem competências, habilidades e conteúdos mínimos a serem abordados nos cursos. No entanto, sua implementação enfrenta desafios, como a resistência institucional e docente, a falta de infraestrutura adequada e a necessidade de formação docente. Estratégias para superar esses desafios incluem debates e sensibilização, parcerias com o setor produtivo, investimentos em infraestrutura, programas de formação docente e sistemas de monitoramento e avaliação dos cursos. A implementação bem-sucedida das DCNs é essencial para garantir uma formação de qualidade e atualizada para os futuros engenheiros.
A Nova Sala de Aula da Engenharia do Instituto Politécnico da PUC Minas
Rose mary Cosso Schuttenberg
Este ensaio apresenta as frentes de inovação do programa de modernização dos cursos de Engenharia do Instituto Politécnico da PUC Minas (IPUC). Tal programa representa uma resposta institucional estratégica para os novos desafios da formação em Engenharia e está em consonância com as normas das novas Diretrizes Curriculares Nacionais de Engenharia (CNE/CES 2/2019). As frentes de mudança descritas tratam de táticas para o fortalecimento do relacionamento da Escola de Engenharia com diferentes empresas e organizações, da adoção de novas metodologias de ensino e avaliação; de práticas para desenvolver um perfil empreendedor e inovador nos discentes; e de mecanismos para gerenciar o processo do desenvolvimento de competências de formação. Embora
preliminares, os resultados são promissores e revelam que é possível conciliar os ideais tradicionais de uma escola sexagenária de Engenharia com inovações na sala de aula que a formação contemporânea em Engenharia requer.
Mariana Paes
A novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para cursos de Engenharia, originalmente instituídas pelo Resolução CNE/CES 2 (MEC, 2019), quando propõem desafiadoras e necessárias mudanças no ensino de Engenharia nas instituições de ensino superior no país, também, e em grande medida, põem luz a uma problemática: o progresso das aplicações dos pilares da Indústria 4.0 é e será ainda mais contingenciado pelo fator humano. As abordagens de Ensino Baseado em Competências, que subsidiam grande parte do que é proposto por estas diretrizes, defendem
por competência o desenvolvimento do saber (conhecimento), o saber fazer (habilidades) e o saber ser (atitudes). Incitam, aliadas à regramentos convergentes, a aplicação de técnicas e tecnologias em contextos reais, demandando assim, e também, a capacidade de resolução de problemas complexos, visão sistêmica e holística, criatividade, colaboração, flexibilidade, ética, entre outros, por parte de estudantes e de docentes. Paralelamente, pelo menos 24% da força de trabalho atual já é constituída pela geração Z, dotada de características e motivações muito diferentes das presentes nas gerações que a antecederam mas, em geral, ainda submetida aos mesmos processos de aprendizagem destas. Parece razoável associar esse fator aos crescentes índices de evasão percebidos nos cursos de engenharia nos últimos anos, no país e no estado. O presente estudo aborda parte da experiência de aplicação de um plano de ensino que buscou convergir a abordagem mencionada com as precrições contidas em regramentos recentes , além de métodos e estilos de aprendizagem apontados na literatura como mais apropriados ao novo perfil dos estudantes, nomeadamente os ganhos e desafios percebidos.
Rejane Nascentes
Neste trabalho é apresentada sucintamente uma metodologia utilizada por uma universidade na Finlândia, chamada de Working Life Connected (WLC) que será implantada no Instituto Nacional de Telecomunicações (INATEL) com
apoio do projeto HEIComp, e como foi adaptada em uma das disciplinas EaD do INATEL, para atender as reformulações discutidas nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
Aécio Lira
Este artigo apresenta os resultados das experiências-piloto, inéditas no Brasil, realizadas nos anos de 020 a 2023, no processo de monitoramento de habilidades, básicas e específicas, nas áreas de engenharia, gestão, ciência de dados, TI e finanças, com base na formação por competências, nas empresas e na EE. UFMG, sob a coordenação e gestão da equipe do E2D 500 - Educação Digital, pelos professores de engenharia Vagner Cavenaghi, Waldomiro Loyolla e Aécio Lira, fazendo uso do Sistema de Classificação ELO “rating system” do Coursera. Os resultados se mostraram exitosos e promissores para acelerar e/ou complementar o processo de implantação das novas DCNs da Engenharia.
