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Chuvas e temperaturas acima da média, geadas e outros eventos adversos fazem parte da previsão do tempo para os próximos meses no Brasil. Na agricultura, isso pode significar perdas na produtividade e prejuízos financeiros, e, para a população, o consequente aumento nos preços dos alimentos. Segundo dados do Ministério da Integração Nacional, entre 2013 e 2023, o Brasil perdeu cerca de 500 bilhões de reais devido a eventos climáticos adversos, a maior parte na agricultura.
No país, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) alia as informações sobre o clima a diferentes variáveis relacionadas aos cultivos, como solo, altitude e sementes e tecnologias empregadas. Segundo o pesquisador da Embrapa Eduardo Monteiro, a ferramenta elaborada pela empresa pública em parceria com o Ministério da Agricultura, é uma das opções para minimizar perdas.
“O resultado do ZARC é uma delimitação das regiões de plantio e épocas de cultivo em faixas de probabilidade de funcionar ou ter problemas com eventos meteorológicos adversos. Em algumas situações essa informação é muito útil para o planejamento da produção agropecuária, principalmente em sistemas de produção em que você tem mais de uma safra, pois em função das condições do clima determinadas atividades são viáveis ou não”, explica Eduardo Monteiro.
O ZARC também auxilia no norteamento da concessão de crédito aos produtores rurais. É o que explica a gerente geral de assessoramento técnico ao agronegócio do Banco do Brasil Márcia Calixto.
“Isso significa que nos estados onde há o estudo do zoneamento, financia-se somente os municípios considerados aptos para aquela determinada atividade que está sendo financiada. Caso haja o estudo de zoneamento de um determinado município e o produtor planta fora da época de plantio recomendada pelos zoneamentos, ele não terá direito à contratação desses mitigadores. No entanto, se não há estudo de zoneamento para aquela região, o crédito pode ser concedido normalmente”, explica Márcia Calixto.
No setor de seguros agrícolas, quanto mais informações, mais assertiva é a proposta, segundo o consultor em seguros, crédito e negócios, engenheiro agrônomo Oda Machado.
"Nós percebemos cada vez mais que os produtos tendem a ser mais específicos às necessidades do Produtor. Porém também é necessário que o produtor colabore com informações adequadas do cultivo, do histórico, de dados do que ele aplicou na área e manejos realizados. Todos estes fatores estabelecem às seguradoras uma adequação do produto de seguro mais adequado ao produtor, de acordo com a realidade do mesmo”, afirma Oda Machado.
Para mais informações sobre as políticas públicas voltadas para a gestão de riscos no setor agrícola, basta acessar www.gov.br/agricultura.