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Resíduo Hospitalar | Foto: freepik.com

A maioria dos materiais vindos de hospitais, laboratórios, consultórios médicos e clínicas odontológicas e veterinárias oferece algum risco à saúde e ao meio ambiente. Segundo o engenheiro ambiental Marcos Mol, esses resíduos devem seguir etapas e regras de gerenciamento para evitar contaminação. 
 

Ele destaca que duas legislações estabelecem a classificação dos resíduos: a Resolução Anvisa nº 222/2018 e a Resolução Conama nº 358/2005, que definem as diretrizes para o seu gerenciamento. Essas normas categorizam os resíduos em cinco grupos: infectantes, gerados em atividades de saúde e que apresentam risco biológico; químicos, contendo substâncias perigosas ou tóxicas; radioativos, que possuem radioisótopos e exigem tratamento específico; similares aos domiciliares, descartados como resíduos comuns; e perfurocortantes, como agulhas e lâminas, que oferecem risco de ferimentos. 

“Dos cinco, quatro têm características de periculosidade, ou seja, exigem um gerenciamento com mais segurança para preservar a saúde da população e evitar problemas ambientais”, pontua Marcos Mol.

O biólogo e assessor técnico de Meio Ambiente na Associação Mineira de Municípios Licínio Xavier destaca que a falta de manejo adequado nos estabelecimentos de saúde faz com que resíduos potencialmente infectantes parem em aterros e lixões, onde não tem valas apropriadas.

“É necessário existir um treinamento para levar o conhecimento ao gestor dos hospitais, mas sobretudo, uma orientação mais precisa, mostrando os riscos de contaminação que ocorrem e podem atingir os que estão nos hospitais, os que vão manusear esse material e aqueles que depois vão adentrar nos aterros, os catadores”, afirma Licínio Xavier.

Além de mudanças na cultura e conscientização sobre riscos, o administrador de empresas diretor da Serquip Tratamento de Resíduos, Gilson Vieira, aponta outro grande desafio para garantir a coleta e destinação adequada dos resíduos hospitalares.

“Tratar resíduos não é uma coisa barata e isso acaba sendo difícil para o município. Mas é necessário lembrar da importância, pois se não cuidarmos dos resíduos teremos que dar remédio para a população, pois alguém ficará doente com isso”, destaca Gilson Vieira.

O  caso do Césio 137, ocorrido em Goiânia há quase 40 anos, é um triste exemplo na nossa história de que o descarte inadequado de resíduos hospitalares pode custar vidas. O desastre deixou quatro mortos e afetou mais de mil pessoas após dois catadores encontrarem um aparelho de radioterapia abandonado no desativado Instituto Goiano de Radioterapia.

 

Ester Tadim
Publicado em
02 Abr 2025
Tipo de publicação
Notícia