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O debate sobre energia limpa movimenta o cenário global com a expectativa da COP30. A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas acontece em novembro deste ano em Belém, no Pará. No ano em que o mundo volta os olhos para o Brasil, a produção nacional de biometano emerge como alternativa para diversificar as fontes de energia renovável e menos poluentes. De acordo com Tayane Vieira, Head de ESG da Gás Verde, o combustível produzido a partir da fermentação de resíduos orgânicos reduz em até 99% as emissões de gases de efeito estufa em comparação aos combustíveis fósseis.
“Ele possui a mesma aplicação do gás natural, do diesel, de LP e outros combustíveis fósseis super poluentes. Estamos falando de um combustível renovável que reduz drasticamente as emissões, e que além disso é produzido no país, de modo que não possuímos uma dependência ao preço do petróleo ou indexadores internacionais, como o dólar, e temos uma ampla oferta”, afirma Tayane.
Porém, para avançar e destravar as metas de descarbonização por meio do combustível renovável, o país precisa superar alguns desafios. É o que pontua Sérgio Pataca, engenheiro de energia, consultor e especialista da FIEMG.
“Diferentemente do gás natural, que já possui os centros, os postos de petróleo e a questão de extração, o biometano tem uma característica de ser mais pulverizado, de pequenos produtores e pequenos consumidores. Deste modo, aqui em Minas, a maior possibilidade de produção está relacionada em áreas que são fortes na agropecuária e na cana-de-açúcar, áreas que não possuem rede de gás. Em Minas Gerais, temos uma rede de gás muito aquém do necessário”, destaca Sérgio.
Para especialistas, os desafios incluem, ainda, a necessidade de incentivos fiscais à produção de biocombustíveis e de políticas públicas voltadas à conscientização sobre o papel do biometano na neutralidade climática.