1950

Em 1950, com equipamentos importados, é inaugurada a TV Tupi, em São Paulo, marcando o início da TV comercial no Brasil. Em 1955, começa a operar, em Minas Gerais, a TV Itacolomi, afiliada da Rede Tupi. 50 anos depois, em 2005, o Brasil discute a mudança da TV analógica para o padrão digital e o Crea-MG lança o “Manifesto de apoio ao Sistema Brasileiro de TV Digital”. O Brasil opta pelo padrão japonês, mas incorpora a ele tecnologia brasileira, tornando-o diferente dos demais.

Em 1951, o governo de Minas Gerais é marcado pelo desenvolvimentismo, sintetizado, especialmente, pelo binômio "Energia e Transporte". O investimento na produção de energia elétrica e na construção de estradas visa transformar Minas Gerais em um estado industrializado. A atuação dos profissionais da área tecnológica torna-se cada vez mais requisitada e, nesse ano, é instalado o escritório do Crea 4ª Região em Montes Claros, no Norte de Minas.

Um dos obstáculos ao desenvolvimento de Minas Gerais, no início da década de 1950, é a grande dispersão da produção de energia, aliada às precárias condições de funcionamento das usinas existentes à época. Para superar essa situação, o governo de Minas empreende um ambicioso programa de investimento com o propósito de aumentar a produção de energia elétrica para que as novas indústrias tenham a sua disposição a potência necessária para a sua produção. Nesse contexto, em 1952, é fundada a Cemig.

Em 1953, o Crea 4ª Região aprova a instalação da sede própria no 9° andar do Edifício Alcazar, na Rua da Bahia, 570, esquina com a Rua Carijós, em Belo Horizonte. O espaço, inicialmente alugado, é comprado três anos depois.

O acelerado desenvolvimento nacional da década de 1950 impacta diretamente a estrutura dos Creas. O número de obras e serviços de engenharia, arquitetura e agrimensura amplia-se tanto nas capitais quanto no interior e, para que a fiscalização seja constante e eficiente, o Crea 4ª Região cria delegacias em sete regiões de Minas Gerais e uma em Goiás. As delegacias haviam sido autorizadas pelo Confea dois anos antes, por meio da Resolução 088/1953.

O ideal desenvolvimentista do Governo JK foi consolidado no Plano de Metas, um conjunto de 30 objetivos a serem alcançados em diversos setores da economia, que começa a ser aplicado em 1956 e tem como slogan "50 anos em 5". O Plano foi elaborado para superar obstáculos estruturais apontados pelos estudos da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos; do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) e da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). O crescimento das indústrias de base chega a praticamente 100% no quinquênio 1956-1961. Um dos símbolos do período é a construção de Brasília.

A primeira versão do Código de Ética Profissional do Engenheiro, do Arquiteto e do Engenheiro Agrônomo, elaborado pelas entidades de classe, é adotada pelo Sistema Confea/Crea por meio da Resolução 114, de 30 de dezembro de 1957. Outras duas versões do Código de Ética foram aprovadas posteriormente, para acompanhar as mudanças tecnológicas e as práticas profissionais: em 1971 e 2002.

Em decorrência do crescimento econômico de Minas Gerais, há uma expansão do Crea 4ª Região pelo interior do estado. Para agilizar o trabalho de fiscalização, o Conselho delibera, em novembro de 1958, a exigência de que conste, nos relatórios de viagens dos fiscais, a relação dos profissionais existentes em cada município visitado. Tal relação deve ser obtida junto às prefeituras, cartórios e outros órgãos públicos. O compartilhamento de dados com outros órgãos é, ainda hoje, uma das principais fontes de informações para a fiscalização do Conselho.